segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

ACt_4: análises às redes sociais dos trabalhos de grupo e comentários

A minha participação nos comentários no forum para a actividade_4 não foi suficiente. Poderia ter interagido, comentado os comentários,  mas o cansaço da altura, aliado à entrega de outros trabalhos , assim o determinaram.  Faço-o agora com mais calma. 1. Relativamente ao trabalho apresentado pelo Grupo Pop, considero que o Nuno Almeida fez uma apreciação pertinente. A opção do trabalho deste grupo trata-se, afinal,  de considerar perspectivas diferentes sobre o mesmo tema: um mais a montante da participação de jovens em redes sociais: a motivação dos alunos ao escolherem uma rede e não outra.  Contudo, há uma tarefa  a fazer posteriormente, uma análise efectiva a essas redes, com base numa grelha, e  o respectivo cruzamento dos dados.  Por isso, o Nuno fez, quanto a mim, a apreciação com uma perspectiva mais abrangente, de "big picture".
2. Quanto ao trabalho do grupo Rock,  destaco os comentários da Brígida, da Ana Prata e do Nuno. Três pontos essenciais dos comentários: estaremos em plena Era do Vazio, segundo Lipovetski? Ou estaremos a caminhar para a compreensão, racionalizada, dos afectos?  Não serão as redes sociais uma forma de escape, de transfer,  para os jovens, de forma inédita, como nunca existiu na história da humanidade?  Será que os jovens privilegiam esta forma de estar na rede social enquanto "amizade"?
Quanto a esta última questão, penso que cada jovem sabe ou vai no sentido de bem aprender  a distinguir entre um "conhecido" e um "amigo".  Seria de menosprezo pensarmos que ele não o saberá fazer.  Apenas o gosto pelo desconhecido e pelo distante os atrai de uma forma poderosa.  O que não significa que não possam estar a correr riscos.
Também não podemos esquecer que esta sociedade, da forma como está organizada gera a solidão e a "esquizofrenia" ( a tal «era do Vazio»). Poderemos concluir que as redes sociais são fenómenos de produção de solitários e, simultaneamente, uma tentativa de solução desse problema?  A história do Homem até aos nossos dias nao é melhor do que o que temos agora, pelo contrário.  MAS...
 Perrenoud (2005, p.64),  a este propósito, alerta-nos para o seguinte: «Além do "uso fácil, inteligente e autónomo" da informática e das redes, impõe-se um desafio maior para as democracias: o controle das tecnologias.  No mundo digital, a realidade apresenta-se sob aspectos concretos, visuais e lúdicos evocados pelos jogos electrónicos.  Porém, não há nada mais abstracto e difícil de compreender do que os mecanismos de decisão que agem no desenvolvimento das redes e da incidência destes na cultura e no exercício do poder.  Hoje, já se operaram mudanças  irreversíveis que ninguém verdadeiramente previu e muito menos se debateu ou decidiu enquanto era tempo. A rede das redes  sob certos aspectos, realiza um democracia directa e planetária. É, ao mesmo tempo, a expressão de uma sociedade dual, em que uma minoria de decisores e especialistas desenha o futuro da maioria.  Lévy (1997) evoca a "classe virtual" daqueles que organizam o desenvolvimento das indústrias e da comunicação e definem as regras do jogo, contestando a tese do complot, mas reconhecendo uma redistribuição de cartas e uma reconfiguração das relações de força.» 
Referências bibliográficas: Perrenoud, Ph., 2005. "Cidadania e Redes", in Escola e Cidadania, S.Paulo: Artemed.
Esta visão racional e cautelosa tem a sua razão de ser.  Não há nada mais perigoso para a democracia do que tudo aquilo que vem a pretexto do seu exercício e a coberto dela própria.  As redes sociais poderão ser aceites enquanto pudermos exercer livremente o nosso voto planetário, e houver mecanismos de regulação transparentes. Mas o futuro ditará a sorte delas.  Estejamos atentos!

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